sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Hoje é dia D!!! Dia de Diana!!!



Quem diria, que essa menina que veio de tão longe, lá do Mato Grosso do Sul, fosse fazer tamanha diferença na família ACES. Lembro de quando ela chegou, meio que tímida, e aos poucos, com méritos, foi conquistando seu espaço dentro dessa querida família do aeroclube. Espaço nem um pouco fácil de conseguir, mas foi conquistado, pois ela conquistou cada um ali, com seu carisma, alegria, simpatia, sinceridade e muita competência, pois durante os voos, demonstrou que aviação também é pra mulheres. Seu caminho dentro do aeroclube foi sendo traçado, as amizades e laços fortes foram feitos e dali em diante, só alegria. A cada voo uma alegria diferente, uma nova sensação, um novo aprendizado, e o mesmo amor pela aviação. Amor qual, ninguém tira, pois a determinação, a vontade de vencer desta sul mato-grossense, contagiou a todos, mostrou que não só o querer que faz a diferença, mas sim o agir, o fazer acontecer, não abrindo mão das pessoas nem as passando para trás, porque na vida precisamos somar coisas boas e não subtrair. O sonho da aviação, não só podemos viver, porque de sonhos não vive o homem, mas realizando-os, ai sim. Esse espaço ainda tão pequeno na vida das mulheres que é a aviação, ela disse assim, “é difícil, mas já estou dentro”, pois com pensamento positivo, ela avançou.
Passava o tempo, e a ansiedade aumentava, por quê? - Porque já estava na hora de realizar, torna-se concreto aquele momento que não sai da cabeça de um piloto, que é o voo solo. Momento único, que pra ela não podia ser diferente, iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Num belo dia, um voo normal, dali decolava da cabeceira 05 de João Monteiro, um ponto vermelho que ao longe se perdia, quando sentado no tão famoso banquinho da mentira, admirava-se o voo do formoso pássaro vermelho de metal fabricado na Argentina. Procedimentos eram executados com tamanha perfeição, que um breve segundo de silêncio ficou no ar, e uma resposta que ninguém saberia responder a não ser ele, o instrutor de voo. Será que vai ser hoje? Ao pensar nessa simples pergunta e imaginar possivelmente uma resposta, todos entravam em euforia, pois ali estava uma pessoa muito querida pela família ACES. Os pousos aconteciam dentro da mais perfeita harmonia, rodas tocando no asfalto quente e às vezes ouvindo a sinfonia do "matando cachorro". Até que uma hora surgiu, a grande esperança, de que ali seria a hora, pois o avião parou de forma não muito comum, segundos se passaram, e finalmente, o instrutor abriu a porta, e de la se projetou pra fora, numa trajetória parabólica e não perpendicular ao bordo de fuga daquela asa alta. Breve momento de silêncio, chegou a ser ensurdecedor, seguido de sorrisos, daqueles presentes ali sentados, ou em pé, que seja, pois ali não era o nosso momento, e sim o dela. Iniciou o taxi lentamente e aos poucos avançou sobre o leito negro e quente para alinhar-se a tão querida 05. Flapes ajustados, compensador em neutro, farol ligado entre outros checados. Naquele momento, observou o alinhamento, seguido do ronco daquele belo motor Lycoming que dizem que da 115HP, o qual duvido, mas dali seguiu em frente, levantando a cauda até atingir 40mph, e então a aerodinâmica assumiu dali e não mais aquela rodinha pequena e esquisita que se encontra na parte traseira daquele avião.
Correu mais um pouco e logo em seguida adquiriu ângulo em relação ao horizonte, momentos de atenção, quando no segundo seguinte, as rodas já não se encontravam mais em solo, o voo ali era alçado.
Subindo com estupenda performance de 65mph, atingiu os 200ft para que a pressão e temperatura fossem checados, após recolheu-se os flapes nos 300ft acima da elevação. A emoção ali tomava conta, pois do momento em que as rodas se desprenderam, era somente com ela, teria que colocar tudo em pratica o que aprendeu com seu instrutor e manter a calma japonesa. Subiu, subiu, subiu, até que foi ficando menor o aviãozinho de cor vermelha quase laranja, para nós meros observadores daquele tão esperado voo. Fazendo aquela famosa curva e prosseguindo para a vertical do grande lago do Aeroclube, ela foi ficando maior com seu pequenino avião. Então, no través da cabeceira, reduziu o motor, matou a velocidade para o arco branco e deu um dente de flape, prosseguiu no planeio e a pista ficando mais próxima ela girou base, checando aquelas belas pernas vermelhas estendidas de fabricação argentina, já travadas de fabrica. Cada segundo que passava, diminuía outro, pois ela se aproximava cada vez mais do pouso. De repente uma claridade vinda da ponta da asa, anunciou que o farol de pouso estava ligado, e que a menina que veio de longe, estava vindo para realizar um grande sonho. Já na final, prosseguiu firme na aproximação corrigindo tudo o que podia para ser corrigido, passou pela turbulência mecânica, causada pelo vento forte que vinha do nordeste brasileiro e seguia sem ninguém impedir, para o sul, resfriar-se do calor. Cruzou a cabeceira 05, parecia que nesse momento acontecia tudo em câmera lenta, imagino que nesse instante, veio um flash na cabeça dela, de tudo que ela passou, para agora sim, neste momento, realizar o tão sonhado voo solo. Com o horizonte ainda no plano, elevou o nariz e trouxe 770kg para atitude de três pontos, esperando que a natureza agora agisse fazendo que a sustenção torna-se menor e o peso maior, para que assim finalmente as rodas tocassem ao chão. No momento mais oportuno, o toque no solo ocorreu, a três rodas tocaram ao mesmo tempo, parecia que estava sendo usado um sincronizador, e realmente estava, um sincronizador chamado competência. No solo, controlou o incontrolável Aero Boero, de forma perfeita, reduzindo a sua velocidade para o taxi. Dali prosseguiu em taxi para o pátio onde todos aguardavam com euforia, pois ali, todos presenciaram o solo da primeira mulher na atual estrutura do Aeroclube do Espírito Santo, escrevendo o presente, deixando ali sua marca, seu nome, seu legado, a história que ficará marcada para sempre, sendo lembrado no futuro, mesmo que tenha sido no passado. A emoção tomou conta, a alegria incontrolável das pessoas se fez presenciar em forma de sorrisos, abraços e palavras. Sentiu-se ali na pele, o quanto ela é querida por cada membro daquela família. Parecia que não ia ter fim aquela felicidade, e não teve, e assim eu te pergunto: fim para que!? Porque ter fim algo que sempre sonhamos, algo tão bom?
Se a felicidade foi embora, acredite, ela nunca esteve presente. E essa menina que veio de longe, chamada Diana, Di para os mais chegados, tem felicidade e alegria para dar e vender, pois a cada dia ela realiza um sonho, o sonho de todos nós aviadores, o sonho de voar!

Pouso Voo Solo


Voo Solo

6 comentários:

  1. rapaz!!!!bxo o Machado de Assis em Santuchi!!!.....Irado o texto...

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  2. A Diana vem mostrando competência, entusiasmo e carisma. Tem tudo para uma carreira de sucesso !!!

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  3. fiquei sem palavras. não tem como descrever a sensação desse momento tão especial, muito menos a emoção que senti ao ler esse texto.

    isso basta pra eu ter mais do que certeza que a melhor coisa que eu fiz foi ter vindo pra cá, não teria lugar melhor nesse mundo do que aqui, com todos vocês.

    vocês são demaaaaaaaais!
    muito muito muito obrigada por tudo!

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  4. é isso ai mto sucesoo diana ,parabéns continue sempre nesse caminho que vc vai longe abraçao

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  5. Paulo Cesar Paixão de Aguiar19 de dezembro de 2009 às 13:31

    Parabêns Diana! Chegou a minha vez! Quero fazer parte desta turma tb.

    PC

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